A fidelidade e a família

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“E que mais direi? Pois me faltara o tempo, se eu contar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas.” (Hebreus 11.32) “Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porem filho duma prostituta; Gileade era o pai dele. Também a mulher de Gileade Ihe deu filhos; quando os filhos desta eram já grandes, expulsaram a Jefté, e Ihe disseram: Não herdaras na casa de nosso pai, porque és filho de outra mulher. Então Jefté fugiu de diante de seus irmãos, e habitou na terra de Tobe; e homens levianos juntaram-se a Jefté, e saiam com ele. Passado algum tempo, os amonitas fizeram guerra a Israel. E, estando eles a guerrear contra Israel, foram os anciãos de Gileade para trazer Jefté da terra de Tobe, e lhe disseram: Vem, sê o nosso chefe, para que combatamos contra os amonitas. Jefté, porém, perguntou aos anciãos de Gileade: Porventura não me odiastes, e não me expulsastes da casa de meu pai? Por que, pois, agora viestes a mim, quando estais em aperto? Responderam-lhe os anciãos de Gileade: E por isso que tornamos a ti agora, para que venhas conosco, e combatas contra os amonitas, e nos sejas por chefe sobre todos os habitantes de Gileade. Então Jefté disse aos anciãos de Gileade: Se me fizerdes voltar para combater contra os amonitas, e o Senhor mos entregar diante de mim, então serei eu o vosso chefe. Responderam os anciãos de Gileade a Jefté: O Senhor será testemunha entre nós de que faremos conforme a tua palavra.” (Juízes 11.1-10) A história de Jefté e um drama desde o início e aumenta a tragédia ainda mais no seu desfecho. Jefté nao havia sido concebido para ser um líder vitorioso. Ele foi gerado no pecado de seus pais. Sua mãe foi uma prostituta e seu pai um omisso em relação aos filhos. Seus irmãos o expulsaram de casa e ele teve que lutar pela vida para sobreviver. Não sabemos qual a idade de Jefté quando foi expulso do prostibulo onde sua mãe vivia, ou expulso da casa do seu pai, por seus meio-irmãos, mas sabemos que ele sobreviveu a toda essa rejeição e desenvolveu virtudes notórias e registradas neste capítulo 11 do livro de Juízes.  1 – Ele superou as crises da vida Há pessoas que se julgam desafortunadas e infelizes com muito menos do que Jefté enfrentou. Algumas tem pai, mãe, um lar, e muita coisa, mas se acham as mais rejeitadas e infelizes da terra. Na verdade, a nossa felicidade nao está nas coisas ou pessoas ao nosso redor; a paz e a qualidade de vida estão dentro de nós, quando Deus é a nossa Rocha. Quando você tem a fidelidade a Deus no coração, sua história será relevante, seja qual for o início, ou os desertos que atravesse.  2 – Ele era produtivo A Bíblia diz que ele era “valoroso”. Ser valoroso é ter um valor reconhecido por outras pessoas, e ser servo, ter qualidades desejáveis. Uma pessoa tem valor para os outros quando as pessoas a procuram e encontram nela algum nível de resposta as suas ansiedades ou necessidades. Alguém é valoroso quando é reconhecido como produtor de bem-estar para as pessoas que o cercam, ou para determinado grupo de pessoas. Quando o Espirito de Deus está agindo numa vida, ela sempre terá o caráter do Servo de Valor para alguém. Podemos não ser unanimidade, mas sempre devemos ter valor para algumas pessoas que nos conhecem melhor, ou reconhecem nossos préstimos espirituais.  3 – Ele era um homem fiel A fidelidade de Jefté era tão notória que até seus inimigos, os que o haviam expulsado da sua própria sociedade, reconheciam o seu valor, e queriam a sua ajuda, pois sabiam do seu caráter fiel e que ele não era vingativo. Quando temos os valores da Palavra de Deus em nosso coração, a nossa fidelidade será notória, reconhecida e desejável, até pelos nossos inimigos.  4 – Ele era um homem temente a Deus Não há dúvidas de que o temor a Deus levou Jefté a desenvolver estas caracteristicas. Ele amava o Deus de Israel. Havia sinceridade em seu coração. Os homens de decisão da nação sabiam desta aliança de Jefté com Deus e assinaram o tratado verbal de libertação com as seguintes palavras: “O Senhor será testemunha entre nós” (Juízes 11.10). Isso significa que eles conheciam o coração de Jefté em relação ao respeito ao nome do Altíssimo e a certeza que de que, se ele deu uma palavra diante de Deus, ele a cumpriria. Só é fiel quern tem esse temor a Deus. Há pessoas que dizem as coisas diante de Deus, dos líderes, dos pastores e da igreja, mas depois anulam isso com suas atitudes. Dizem que serão fieis, mas não são, dizem que irão andar na Palavra, mas não andam. O nome de Jefté está entre os heróis dos hebreus por sua fidelidade e seu temor ao Deus Todo Poderoso. Escreva seu nome na lista eterna dos fieis com o sangue do Cordeiro, Jesus.  5 – Ele amava sua família Apesar de tudo que lhe aconteceu como história familiar, Jefté constituiu uma família. Ele amava sua família. Não há detalhes relatados, mas ele era uma referência familiar saudável, pois ao voltar das batalhas ia para casa, não ia comemorar na rua com os desocupados, voltava para casa e era recebido com alegria. Isso nos ensina que não importa quão trágica tenha sido a nossa história, poderemos escreve-la de modo diferente. E também em nosso lar que devemos construir este ambiente. A família é a célula principal.  6 – Ele era um líder agregador O texto do livro de Juízes nos diz que: “homens levianos juntaram-se a Jefté, e saiam com ele”. Jefté era um líder que inspirava confiança até em homens levianos. Uma pessoa leviana e aquela que não valoriza princípios, que não tem um comportamento social aceitável, é uma pessoa, no minimo, inconveniente. Mas até este tipo de gente queria estar sob a liderança de Jefté, por ver nele algo diferente, que inspirava confiança e despertava dentro deles algo de valor espiritual a ponto de quererem lutar ao seu lado. Para sermos líderes de êxito nas diversas batalhas que enfrentamos precisamos inspirar confiança naqueles que foram tão marcados na vida que não confiam mais em ninguém. Mas, não obstante todas estas qualidades e virtudes, a Bíblia não esconde os erros dos seus heróis. No tratamento de Deus nem sempre somos poupados de um confronto público com nosso pecado ou com nossa falta de sabedoria. Jefté, após a batalha, por um voto de tolo e por falta de cobertura espiritual (conselho dos discipuladores) e orientação do Senhor (conhecimento da Palavra), mata sua própria filha, num sacrifício abominável ao Senhor e desumano. “Não ofereceras a Moloque nenhum dos teus filhos, fazendo-o passar pelo fogo; nem profanarás o nome de teu Deus. Eu sou o Senhor.” (Levítico 18.21) Deus não é a favor do sacrifício cultual de crianças; tal prática e idólatra e maligna. Isaque não precisou morrer, muito menos pelas mãos de Abraão, seu pai, porque Deus proveu sacrifício substituto – e por isso o monte onde Isaque seria sacrificado, antes denominado Moriá, tomou o nome, Jeová Jireh, que quer dizer: “o Senhor provera” (Genesis 22:14). E a fidelidade do Senhor que proverá as condições de vivermos uma integridade e estabilidade de bençãos no seio da família, nos termos que vemos a seguir.  A – Precisamos quebrar as maldições do nosso território Jefté não quebrou as maldições da sua família. Observamos que, quando Gideão foi enfrentar a luta por Israel, ele rompeu com os deuses dos seus pais e derrubou os seus altares domésticos (Juízes 6.23-31). Jefté não se preparou devidamente para a guerra. Toda guerra precisa ser vencida primeiro em oração de batalha espiritual, em nosso território, e, depois, nas estratégias de campo.  B – Precisamos ter sabedoria para viver os sonhos de Deus Jefté não discerniu a verdade sobre o que era precioso para o Senhor: sua própria família. Não se pode agradar a Deus, desagradando a Deus. É preciso sabedoria para definir propósitos e alvos ministeriais. Quem fere a santidade da família fere o coração de Deus. Na família, Deus e Sua Palavra devem ocupar o primeiro lugar. “Mas, se alguém não cuida dos seus, e especialmente dos da sua família, terá negado a fé, e é pior que um infiel.” (1Timoteo 5.8)  C – Precisamos viver no conselho dos Justos Se Jefté tivesse se aconselhado com seus discipuladores, sua tragédia não teria acontecido. Mas, encheu-se de orgulho ao achar que, por ter vencido uma batalha, ele não precisava mais ouvir a palavra de Deus; afinal de contas, ele era o “chefe”… Puro engano! Todos nós precisamos de conselho. A Bíblia afirma: “Quando não há sabia direção, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança.” (Provérbios 11.14) Viva debaixo do tabernáculo, da cobertura da sabedoria.  Conclusão: A família não pode ser objeto de idolatria, mas ela é um território a ser conquistado e preservado com sabedoria e fidelidade nos princípios da Palavra, pois Deus não contraria o que diz: “Em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Genesis 12.3)