A fidelidade e a idolatria familiar

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“… Por meio da fé… tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos inimigos.” (Hebreus 11.33a-34d) No capítulo anterior dissemos que não há quem não enfrente vários níveis de guerra diariamente. Discorremos, especificamente, sobre as guerras internas. É importante vencer as guerras internas enquanto partimos para tentar resgatar as famílias, pois este nível de combate é mais elevado no que se refere aos esforços que precisamos fazer, já que não dependerá só da nossa força. Lembremos que estudar os inimigos, seus potenciais e perigos, é parte de qualquer estratégia minimamente responsável por parte do exército que deseja ser vencedor. Quando Deus chama Abraão, Ele declara a memorável promessa: “Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” (Genesis 12.3 – grifo do autor) Inicia ali um projeto especial de resgate das famílias, já que Adão e Noé não alcançaram o êxito esperado no propósito. Qualquer pessoa tem a possibilidade de falhar na execução de um projeto de alta complexidade quando as ações dependem de terceiros. Adão ficou comprometido na questão de Caim. Não há registro de como Adão teria tratado o pecado de Caim, pois foi o Senhor que tomou essa causa para Si. Há coisas em nossa geração que não seremos nós as pessoas mais indicadas para tratar. Há algumas coisas que só Deus poderá resolver. Há batalhas que só Deus poderá lutar por nós. Adão não era um mau caráter. Ele temia a Deus, embora tenha falhado em seu sacerdócio em relação a sua mulher, que dera ouvidos à serpente (Genesis 3.17). “Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho a sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-Ihe o nome de Sete.” (Genesis 5.3 – grifo do autor) É Sete, que significa substituto, que se torna a raiz abençoada de Adão. Enoque, tomado por Deus sem morrer, é descendência dele (Genesis 5.24). Noé, que reinicia o projeto de salvação da família, também e descendência de Sete (Genesis 5.28,29). Isso nos leva a considerar que se um filho falhar na sua missão com a família, Deus levantara outro para ser benção e gerar uma descendência igualmente abençoadora – e isso pode acontecer com um filho natural sendo substituído por um filho espiritual. Pergunta-se: Que tipo de inimigo precisa ser colocado em fuga na guerra pelas famílias? Resposta: a idolatria pela própria família. A idolatria pela própria família é inimiga da família A família e projeto de Deus, mas se a colocarmos em primeiro lugar em relação a Deus, ou a Seu Corpo, a Igreja, estaremos errados. A idolatria pela família é talvez o inimigo mais estrategista a ser vencido, porque é sutil e difícil de ser compreendido, ou identificado – afinal a própria Palavra de Deus, repetida por Jesus, diz: “Pois Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, quem maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrer a.” (Mateus 15.4) Então como podemos compreender que o próprio Jesus denuncia a idolatria pela família como algo que afasta as pessoas do projeto de Deus, se o projeto de Deus e abençoar as famílias? Jesus diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.” (Mateus 10.37) Pode parecer confuso, mas não é. Quando colocamos Jesus em primeiro lugar em nossas vidas, salvamos nossas famílias. Isto acontece porque em nós se organizam os afetos e, também, as prioridades tomam os lugares corretos, gerando em nós mesmos e em nossas respectivas famílias, o amor e a capacidade de ser referencial de vida. Um dia, um homem em desespero tentava se suicidar porque Deus havia libertado os presos que ele guardava para Roma. Paulo e Silas ministram Jesus a ele, e tudo se resolve com sua família: J V “Pela meia-noite Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, enquanto os presos os escutavam. De repente houve um tão grande terremoto que foram abalados os alicerces do cárcere, e logo se abriram todas as portas e foram soltos os grilhões de todos. Ora, o carcereiro, tendo acordado e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada e ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, porque todos aqui estamos. Tendo ele pedido luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas e, tirando-os para for a, disse: Senhores, que me e necessário fazer para me salvar? Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa. Então Ihe pregaram a palavra de Deus, e a todos os que estavam em sua casa. Tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes as feridas; e logo foi batizado, ele e todos os seus.” (Atos 16.25-33) Quando manifestamos a nossa fidelidade ao governo de Deus sobre nossas vidas e a Sua justiça, Ele toma a nossa causa e derrota o desespero que quer operar em nossas vidas e em nossas famílias (Mateus 6.33). Conclusão: Derrote o inimigo da idolatria pela família com a fidelidade ao propósito maior. Torne-se uma benção para a sua família, colocando Deus e o Corpo de Cristo em primeiro lugar.